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Buraco negro no centro da Via Láctea é fotografado pela primeira vez

Segundo os cientistas, a imagem confirma as previsões da Teoria da Relatividade Geral de Einstein

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Um grupo internacional de astrônomos conseguiu fotografar pela primeira vez o buraco negro supermassivo situado no cento da Via Láctea. A imagem do Sagittarius A*, localizado a 26 mil anos-luz da Terra, foi feita por meio do Event Horizon Telescope (EHT), uma rede que reúne 11 radiotelescópios espalhados pelo mundo. O registro poderá fornecer pistas valiosas sobre o funcionamento desses gigantes.

Confirmação da teoria de Einstein

A imagem é a primeira confirmação visual de que realmente existe um buraco negro no centro da nossa galáxia. Embora não seja possível ver o gigante em si, já que é completamente escuro, o gás brilhante que o rodeia revela uma marca registrada inconfundível: uma região central escura (chamada sombra) cercada por uma estrutura brilhante em forma de anel. A nova imagem captura a luz que se curva sob a poderosa gravidade do buraco negro, que é quatro milhões de vezes mais massivo que o nosso Sol.

As primeiras duas imagens de buracos negros lado a lado
As primeiras duas imagens de buracos negros lado a lado

“Ficamos surpresos ao ver como o tamanho do anel que observamos está tão de acordo com as previsões da Teoria da Relatividade Geral de Einstein”, disse Geoffrey Bower, cientista do Projeto EHT e do Instituto de Astronomia e Astrofísica da Academia Sínica, em Taipei. “Estas observações sem precedentes aumentaram grandemente o nosso conhecimento do que acontece mesmo no centro da nossa galáxia e nos dão novas pistas sobre como é que estes buracos negros gigantes interagem com o meio que os rodeia.” Os resultados das observações foram publicados na revista científica The Astrophysical Journal Letters.

A imagem do Sagittarius A* três anos após o EHT conseguir fotografar um buraco negro pela primeira vez. Foi quando os cientistas fizeram o registro visual do M87*, o buraco negro supermassivo no centro da galáxia Messier 87, localizada a 53 milhões de anos-luz da Terra. Apesar de o M87* ser imensamente maior que o Sgr A*, a semelhança entre as duas imagens confirma outra previsão da relatividade geral: que todos os buracos negros são iguais, não importa seu tamanho.

Fontes: MIT e Observatório Europeu do Sul
Imagens: EHT/Divulgação